quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Um último aceno

29/12/2008 - manhã - Passando a porta de casa, virando a direita mal comecei a andar e já estava entrando na empresa. Um dia eu contei a distância: 15 passos. Por anos e anos foram repetidos, em mão dupla. Pela contramão do fluxo dos pacientes circulei pela casa, olhei a parede de pedra, as fotos tiradas pelos amigos, a foto do Rio Antigo, as minhas fotos das casas de Floripa. Me orgulho da idéia daquela exposição permanente sobre casario brasileiro. Olhei também as caras da equipe, algumas poucas ainda bem conhecidas, . No momento que ia sair pela porta da 3a. casa, um paciente (cliente! Ô vício de médico!), me acenou com a cabeça. Nossa, quantas vezes isto aconteceu. Quantas vezes fui cumprimentado por gente que não sabia ao certo quem se tratava. Tantas vezes me perguntavam na rua até que horas poderiam fazer exames, me falavam que a obra tinha ficado linda, que aquilo era um marco no bairro, que eu tinha assinado os seus laudos, agradeciam porque tinha dado um resultado melhor do Colesterol, apesar das estripulias que tinham feito, enfim, aquele último aceno era pra que lembrasse que até aquele momento, para muitos ainda era um ser híbrido, meio pessoa física, meio jurídica. Ou para lembrar uma cara colega de trabalho, citando o que hoje se transformara aquela outrora PJ, eu era uma "marca ambulante". Para muitos este vínculo ainda há de se manter, para outros, possivelmente ainda me manterei como uma referência. Mas sigo esta nova vida, efetivamente como uma PF.

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