sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Queira morar perto do trabalho. Mas não exagere !

Morar perto do trabalho (mas não do lado, por favor!), economiza tempo, guarda-chuvas (breve falaremos mais sobre este curioso item), sapatos, onerosos minutos de vigília, estacionamento, emissão de gases poluentes, o nosso ouvido de alguns assuntos prediletos dos motoristas de taxi, etc...

Morar ao lado (do lado mesmo, em casas com paredes geminadas), tem vantagens e desvantagens. Confesso que há tempos esqueci as primeiras. Não sei qual o distúrbio que sofro que só me faz lembrar das últimas: perda de memória ou recuperação de lucidez.

Muitas vezes tive a sensação de que ao encerrar a jornada diária, ia dar uma dormidinha num setor da empresa ali pertinho da minha sala. Do contrário sempre tive o receio de num dia de esgotamento e/ou ressaca somadas a uma eventual contribuição diazepínica, fosse parar na minha sala (a de trabalho), de pijama. O que pensariam de mim funcionários e clientes? "Dona Fulana (a gerente), o Dr. Luiz não anda bem, acho que precisa de uns dias de férias."Ou então: "Dr. R. , aquele médico seu amigo, do laboratório onde o senhor pediu que fizesse os seus exames, é meio maluco." Felizmente isto não chegou a acontecer, embora segundo comentários jocosos de uma colabora próxima, naquelas vezes em que fui chamado as pressas no início da jornada para uma intervenção emergencial (sistemas, falta de pessoal, de carro, etc...), a roupa estava razoável, mas a minha cara não disfarçava o que estava fazendo até 4 minutos (isso mesmo 240 segundos) atrás.

Os passos das pessoas subindo as escadas para ir tomar café cedo pela manhã, me avisavam que o laboratório estava abrindo. Funcionavam como uma espécie de despertador: acorda PF, a PJ já está abrindo as portas! Os passos que ouvia fora dos horários convencionais me despertavam a pergunta sobre quem estaria por lá aquela hora, na convicção de que não seriam dos fantasmas que alguns afirmavam já terem ouvido (acho que todo casarão centenário desperta estas fantasias em muitos). O barulho de furadeira ou de marteladas aos domingos, me chamavam a atenção de que havia uma obra. E martelando eu continuava: que obra é essa?

Quando me permitia dormir um pouco mais (num sábado por exemplo), as vezes era acordado pela estridente campainha da nossa porta. Pela janela com sono, ouvia a pergunta se ali era o laboratório. Com uma certa impaciência eu respondia, tendo que manter a educação naturalmente, que o laboratório ficava ao lado, onde havia um letreiro grande escrito: "Laboratório". Simples assim! Isso quando se não fosse muito ágil no movimento de entrada em casa, tinha a companhia de um cliente, que apressado já estava no hall de casa querendo entregar uma amostra. Mais um caso típica daqueles de PF misturada a PJ. Viram o doutor entrar em um lugar, só poderia ser no laboratório. Agoram vejam que situação, eu dentro da minha casa, tendo quase que exigir respeito, que não tentassem me entregar aquele potinho de jeito algum, que naquele local eu não era dado a estas coisas.

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